sexta-feira, 24 de julho de 2009

Exposição: Virada Russa no CCBB / Rio

Ainda de férias e passeando pelo Rio na última quinta-feira fui conferir no Centro Cultural de Banco do Brasil (CCBB) a exposição VIRADA RUSSA: A Vanguarda na Coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo. A mostra trouxe obras dos mais renomados artistas da chamada vanguarda russa, vindas diretamente do acervo do State Russian Museum – o museu que reúne a maior coleção de arte russa no mundo. É a maior e mais significativa exposição já realizada no Brasil sobre o tema, com 123 peças que marcaram o movimento artístico e cultural ocorrido durante a primeira fase da Revolução Russa, entre os anos 1890 e 1930. As obras expressam a efervescência artística e cultural dos anos anteriores ao Outubro Vermelho, que seguiram várias vertentes como o Não-Objetivismo e, principalmente, o Suprematismo e o Construtivismo. Entre as raridades que serão apresentadas nos salões do CCBB estão clássicos como Promenade, de Chagall, que representa um momento mais lírico dentro do surrealismo. A evolução de Kandinsky – com o ainda expressionista Igreja Vermelha para depois mostrar o pintor no seu mergulho profundo no abstracionismo. Olha esta instalação de Tatlin. Não parece algo extremamente atual para quem a idealizou em 1924? O mais radical deles, Malevitch, ganhou uma sala especial. Lá estão as suas obras que marcaram o começo do verdadeiro rigor geométrico na pintura – a cruz, o quadrado e o círculo negro sobre um fundo branco. Era umna forma de provar que a arte não precisava representar nada que existisse de verdade. Numa outra sala também estão os figurinos da ópera Vitória Sobre o Sol que deram origem a toda esa “viagem” de Malevitch.dealizou em 1924? A exposição mostra o quanto esses mestres foram arrojados para seu tempo e, como acontece com todo mundo que está a frente de seu tempo, o quanto foram incompreendidos. Um decreto que elegeu a arte realista-socialista como a oficial da Rússia sufocou o movimento. Indo lá a gente vê onde está a raiz de tudo que é dito como moderno e contemporêneo hoje. Eu descobri Filonov e me apaixonei. Esse gênio ficou por muito tempo esquecido nos porões do museu russo e só depois da abertura política é que foi reconhecido. Por conta da cortina de ferro, nós do ocidente também ficamos privados de ver essas maravilhas até bem pouco tempo. E pela primeira vez eu tive a oportunidade de observar detalhes de quadros como este, fotografado de pertinho, que representa os horrores da primeira guerra.
A exposição ficará até o dia 23 de agosto no CCBB do Rio ... vale conferir !!!

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