quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Morre Zilda Arns : Mas que não morra nunca o seu exemplo !!!

Fiquei surpreso ao ler hoje, em um blog que sempre acompanho na net, que uma grande quantidade de pessoas no twitter, sequer haviam ouvido falar em Zilda Arns.
Triste isso, sabia ?
É só falar de BBB que as pessoas sabem nome, idade, tamanho da bunda...
Pode parecer estranho ficarmos tristes pela perda de alguém que não conhecemos, ainda mais quem não estava na mídia o tempo todo, nem fazia parte da nossa vida diretamente.
Mas a morte dela me deixou realmente triste.
Zilda Arns foi a fundadora da Pastoral da Criança. E o que é isso? E o que isso muda a nossa vida? A Pastoral foi fundada no início dos anos 1980 com o intuito de acabar com a desnutrição e a falta de informação no cuidado das crianças. Onde a Pastoral atua, a taxa de mortalidade infantil despenca: é de 13 mortes a cada mil, enquanto no resto do país, é 20 por mil. Gilberto Dimenstein, quando entrevistou a Zilda pela promeira vez, escreveu a matéria:
Uma vida por 0,50 centavos ou algo assim. A grande sacada do programa estava aí: muito barato e, ao mesmo tempo, muito eficiente. Usando voluntários, quase todas mães, ele ensinava as mulheres a cuidar dos filhos, com medidas básicas de alimentação e higiene. Mulheres aprendiam a aproveitar a comida usando o que se imaginava ser resto -a casca do ovo, por exemplo, rica em cálcio. A história de pesar as crianças usando uma balança simples, utilização de alimentos regionais e ingredientes do dia a dia de cada família, a difusão do soro caseiro... tudo isso (acho bastante!) e mais foram frutos do trabalho dela. Zilda estava no Haiti para implementar o programa lá, onde 80% das pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. Ela estava com 75 anos e estava firme e forte. Encerro o texto com a declaração de Marie-Pierre Poirier, representante do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Brasil: "Ela deixou-nos por força de uma grande tragédia que atingiu o povo do Haiti. Lá ela desenvolvia todo o seu potencial para salvar vidas, fazendo o que mais gostava: trabalhar pelas crianças. A Pastoral da Criança e todas as suas líderes ficaram órfãs de sua criadora, mas não do seu exemplo. Um exemplo voltado para a estruturação de ações comunitárias e firmado na solidariedade entre comunidades, famílias e crianças. Hoje o Brasil é um país melhor, porque contou com a contribuição dessa mulher chamada Zilda Arns."

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