sábado, 1 de maio de 2010

No Divã: Narcisismo: característica de líder?

Pesquisa aponta que narcisistas em cargos de liderança são bons articuladores, porém acabam contaminando o ambiente no dia a dia
O termo narcisismo veio da história mitológica de Narciso, que morreu afogado após se apaixonar pela própria imagem refletida nas águas de um rio. Agora, uma nova pesquisa norte-americana afirma que usufruir de algumas características do suposto “mal” que matou Narciso pode colaborar para o sucesso profissional. Mas, claro, até certo ponto. Normalmente, entre outras características, definimos as pessoas narcisistas como arrogantes, prepotentes e antipáticas. Embora estes não sejam os traços mais desejados para um líder, a psicóloga organizacional Kathy Schnure, condutora da pesquisa, afirma que também existem aspectos positivos em narcisistas que estão em posição de liderança. Pelo menos no ambiente de trabalho. A psicóloga realizou um estudo que analisava o comportamento de um grupo com líderes muito narcisistas e outro com indivíduos que não tinham esta característica. Segundo ela, o primeiro grupo foi melhor avaliado em relação às habilidades de liderança. “Os resultados indicaram que a visão, a confiança e o orgulho de suas próprias realizações podem resultar numa liderança mais efetiva”, explica Schnure ao PsychCentral.com. Em contrapartida, o psicólogo organizacional da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, Timothy Judge, afirma que o narcisismo em execsso pode gerar problemas. “Eles são intensamente competitivos, exploradores e exibicionistas, e tendem a estarem cercados de subordinados que se veem como inferiores”. Ele revela que quando os narcisistas são desafiados ou percebem uma possível concorrência no meio profissional, tendem a depreciar o adversário. Judge mostra que narcisistas muitas vezes podem ser vistos como carismáticos, embora o especialista acredite que nem todo líder carismático é necessariamente um narcisista nato. “Líderes carismáticos não são exploradores e não ‘pisam’ nos outros para conseguirem o que querem. Eles espalham empatia entre os empregados”, explica. Em sua pesquisa, Schnure destaca outras características contraditórias que um líder narcisista pode demonstrar no ambiente de trabalho. “Em parte, eles são bons ‘cabeças’ devido à capacidade de articular objetivos e atrair as pessoas. Porém, no dia a dia de trabalho, eles podem acabar sendo tóxicos aos empregados”, afirma. “As primeiras impressões passadas pelo líder são favoráveis, mas não se sustentam após um período mais longo”, completa. Contratar ou não um narcisista? A pesquisadora e psicóloga aponta que seu estudo deve servir de referência na hora de contratar alguém, principalmente para um cargo de liderança. Para ela, apesar da aparência inicial ser favorável, deve-se ter cautela. “É bom estar atento em como ele fala sobre suas realizações”, afirma. Segundo ela, se um entrevistado se refere aos seus sucessos em primeira pessoa do singular, dizendo “eu obtive tal sucesso” e não “nós obtivemos tal sucesso”, pode ser uma demonstração de narcisismo. Schnure ainda caracteriza narcisistas como camaleões, que podem se adaptar ao ambiente de acordo com as necessidades ali estabelecidas. “Eles são bons em estabelecerem diferentes comportamentos iniciais, e irão fazer ou dizer aquilo que os outros querem ouvir. Depois, fazem exatamente o oposto”, explica. Fonte: http://delas.ig.com.br/comportamento/narcisismo+caracteristica+de+lider/n1237597201365.html

Um comentário:

SOCORRO OLIVEIRA disse...

Meio complicado essa questão...
Afinal todos têm um pouco ou muito de narcisistas, mas acredito na verdade constatei, fiz dos meus colaboradores minha tese da vida... O ser humano sente uma necessidade de mostrar o que sabe ou quem é, e com isso às vezes acaba atropelando os amigos, companheiro e colaboradores, após a leitura do livro o monge e o executivo pude me fazer mais clara e abstrair do meu ambiente de trabalho certas palavras e conceitos típicos de narcisistas tais como: “eu não tenho nada à ver com isso” ; “faça o seu que eu faço o meu” me propus seriamente a mudar estes conceitos em mim e nos meu liderados. Ainda me policio com relação a isso, mas se existe algo de muito importante neste livro foi quando ele aborda que o maior líder que já existiu foi Jesus e foi justamente ele quem mais serviu. A vida nesse grande processo pedagógico nos mostra que todos merecem oportunidades e que nós nos devemos uns os outros portanto eu contrataria sim um narcisista e procuraria tê-lo bem junto à mim à mim a fim de que com ele eu aprendesse e ele por sua vez aprendesse comigo