domingo, 20 de fevereiro de 2011

Visita ao abrigo provisório no
Centro de Treinamento dos Correios
Fazenda Inglesa - Petrópolis - RJ
Na tarde do dia 19.fev.2011, o grupo Brincando com VOCE, visitou o Centro de Treinamento dos Correios. Espaço cedido a Prefeitura de Petrópolis para acolher de forma emergêncial, parte das famílias vitimadas nas chuvas que castigaram a região serrana do Rio de Janeiro no início deste ano.
O espaço é enorme, não vinha sendo utilizado pelos correios para os fins a que se destinava inicialmente, e parece mesmo que caiu do céu para as famílias que se encontravam nos albergues, escolas e ginásios espalhados pelo nosso município. Uma tentativa do SETRANS de devolver a dignidade e um pouco de privacidade para os moradores de regiões completamente devastadas e que tiveram suas casas destruídas pelas enchorradas e deslizamentos de terra.
São umas 50 famílias até o momento. A situação embora um pouco melhor com as novas acomodações, acreditem , não é nada fácil !!!
( desculpem mais não pretendo me aprofundar no assunto neste momento, ok ? voltemos a nossa visita especificamente ...)
O grupo ainda está em fase de re-adaptação com a nova realidade que vivencia.
Agora, mais que só um grupo de voluntários dispostos a alegrar crianças e idosos carentes de afeto e atenção em nossa cidade. Nos vemos diante de novos desafios. E o primeiro deles tem sido incorporar principalmente a "idéia e o fato" de que agora temos uma empresa que cuida de nossa produção e prepara nossas visitas. Coisa feita por nós até então, e que aliás, muito nos tirou o sono durante os últimos 4 anos. Talvez as pessoas que não conhecem o trabalho, possam vir a pensar que tudo é muito simples. Que no dia da visita, o voluntário vai até o local agendado, faz sua parte (artística mente falando ) e depois volta para sua casa e aguarda a próxima convocação.
E a coisa realmente não funciona assim.
Bem, pelo menos não para todos !
Existe todo um estudo do lugar assistido e que receberá a visita. Todo um trabalho de pré-produção e programação das atividades que serão desenvolvidas no dia, somados a preparação de brincadeiras, compras de material, brindes, lanches, locações de transporte da equipe, mais uma porção de coisas bem chatas de se fazer , confesso !
Infelizmente, no nosso caso, para BRINCAR é preciso ter um bocado de trabalho antes ...
Agora temos o pessoal do VIVA CULTURA cuidando dessa parte (produção) para nós. Porém a participação deles foi bem pequena , visto que, não tivemos tempo suficiente de ajustar nossos ponteiros com eles ( Tudo ainda é muito novo mesmo, e temos uma agenda rigorosa agora a cumprir ) corajosamente nos lançamos a sorte de fazer ao bom e velho: VENHA O QUE VIER !
Infelizmente desta vez, não tivemos muito planejamento mesmo não. Eu em particular fiquei sabendo da visita apenas uma semana antes dela acontecer e até a noite de sexta-feira confesso que estava completamente perdido, sem saber o figurino que iria usar no dia, sem saber o que fazer realmente. Sem muita intuição e criatividade para nada.
Talvez seja esse o motivo pelo qual optei sem muito pensar em um figurino ( bem improvisado ) que me remeteu mais a um soldado partindo para a guerra que um palhaço pronto para brincar. Claro que meus inimigos não eram as crianças (claro que não ! ) mas me preparei para uma guerra contra meus próprios medos e incertezas diante do pouco treinamento e porque não dizer planejamento para esta "batalha".
E um exército que não tem um plano firme de combate, costuma tropeçar nas próprias pernas, não é verdade ? Na minha mais sincera opinião o que aconteceu desta vez aqui foi exatamente isso.
Não estudamos direito o campo de batalha e não decidimos corretamente a melhor maneira de ganhar território (as crianças) . E nos embolamos "literalmente", tanto que em algumas horas ficou tudo parecendo uma grande bagunça generalizada.
Fizemos nossa parte como de costume ? ... sim, fizemos.
Ou melhor, acho que até tentamos!
Só não arriscaria dizer que " ficou bem feito", como em visitas anteriores.
Amigos vivem me dizendo que sou perfeccionista demais. Pode até ser, mas eu estou neste projeto desde o início de sua formação e sei que com um pouquinhos mais de cuidado, poderiamos ter feito coisa bem melhor do que fizemos.
Não estou aqui para julgar ninguém e também não estou afirmando que foi um fracasso total, mas vejo que um exército (grupo) as vezes precisa mesmo de um general de pulso firme. Alguém, que mais que pedir, use sua autoridade para exercer alguma ordem e colocar o pelotão em fila e acabe de vez com a desordem do lugar.
Um Capitão Nascimento ? Talvez ... rs !
Sabe, sinceramente acho que nos faltou um pouco de pulso ... um general capaz de pegar o microfone e comandar a tropa ...
Estou levando a coisa para este lado militar e metaforizando estas anotações, na tentativa de encontrar ainda o personagem... que confesso ter perdido na metade da visita de tão cansado.
As crianças que estavam lá, não são crianças acostumadas a frequentar festinhas onde grupos de animação costumam separá-las, organizá-las, distribuí-las para sua atividade de acordo com sua fachetária de idade.
Pelo contrário, apesar de doces embora super agitadas, pude observar que elas são exatamente o reflexo da situação em que foram submetidas com tão pouca idade.
Acredito que tenham se divertido sim, com nossas propostas. Mas deixamos que elas dessem as cartas. Que elas determinassem o ritmo do jogo. E por isso não trocamos. Pelo contrário, já entramos perdendo, por não conhecê-las e não saber exatamente como coordená-las.
Por vezes ví pessoas do próprio grupo misturadas ao todo, mas tumultuando que tentando organizar as atividades.
Bem, fica a experiência !!!!
A próxima visita será em um asilo e pretendo estar a frente com o pessoal da produção, tentando me valer dos erros cometidos nesta visita para aperfeiçoar o trabalho.
Beck ( Pitolomeu Pitângoras III )

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