terça-feira, 26 de abril de 2011

Lágrimas ocultas Se me ponho a cismar em outras eras em que ri e cantei, em que era q'rida, Parece-me que foi noutras esferas, Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida Que dantes tinha o rir das Primaveras, Esbate as linhas graves e severas E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago... Toma a brandura plácida dum lago O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma, Ninguém as vê brotar dentro da alma! Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca (1894-1930)
Mais sobre Florbela Espanca em http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca

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